Na percepção do professor de ciência política da FGV-SP Marco Antônio Teixeira, as condenações por parte do Supremo podem desestimular acontecimentos semelhantes aos observados na capital federal.
“As prisões, no meu juízo, têm efeito pedagógico, na medida em que o país, desde algum tempo, sobretudo de 2016 para cá, vinha convivendo sem muitas reações a uma espécie de agressão à Suprema Corte e às instituições democráticas de maneira geral”, explica o professor.
“De todo modo, o maior ganho dessas prisões tem a ver com o efeito ilustrativo. Eu acho que teremos menos agressões às instituições democráticas e à democracia daqui para a frente”, acrescenta.
Para Rafael Cortez, cientista político e sócio da Tendências Consultoria, o produto das prisões tende a ser o acirramento da polarização política no país.
“As prisões alimentam as disputas entre lulistas e bolsonaristas. Isso ajuda a manter a polarização política. [As prisões] têm efeitos dúbios”, aponta o especialista. Ainda assim, “a punição deve gerar desincentivo a esse tipo de comportamento”, completa.
Graziella Testa, doutora em ciência política pela FGV-SP, diz que responsabilizar os executores pelos ataques é primordial.
Na sua opinião, isso também implica em uma investigação mais profunda sobre alguns militares, citando a presença de manifestantes em frente a quartéis após a eleição, durante semanas, com pedidos por uma intervenção das Forças Armadas na política nacional.